quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Uma luz no vale das sombras

E foi assim que você me achou naquele vale de sombras, jogada sobre as carcaças daquele horrendo lugar. Estava tão encolhida e profundamente perdida em meu mundo de dor. Meus olhos, temerosos estavam ao que ainda podia me acontecer. Não havia perspectivas ou sinal de que tão logo alguma coisa pudesse mudar por ali. E tão angustiante se tornava a eternidade daqueles momentos.
Foi quando por um instante ergui os olhos, que estivera sempre tão caídos ao relento. E vi você, um anjo lindo bem ali a minha frente. Tinha o olhar plácido e um leve sorriso no rosto.
E eu conhecia aquele olhar...
Mas diante da nebulosa que pairava sobre mim não consegui de imediato reconhecê-lo.
Sua luz intensamente brilhante por um instante fez-me esquecer da situação o qual me encontrava. Naqueles instantes sentia-me completamente em paz na presença daquele incrível ser de luz. Mas de repente, senti-me suja e envergonhada por estar naquela situação. E você, placidamente tocou-me a face, e olhando profundamente em meus olhos disse:
- Meu anjo!
E naquele momento sua luz tocou-me o coração e um calor percorreu todo o meu ser. E quando olhei pra mim, não podia acreditar! Eu estava igualmente iluminada como ele!
E já não havia mais dores, nem manchas. E, então, eu reconheci você.
Tu eras o que sempre fora: o amor de meu amor, a vida de minha vida!
Tu eras o meu anjo!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Corações sedentos


Quão cansados estão os corações dos homens
Corações estes sedentos de amor
Sedentos pelo fim de sua dor

Quantos corações
Calados, encolhidos e cansados não há por aí?
Um homem é o seu coração
Mas...
E se esse coração
Despedaçar, quebrar ou simplesmente estilhaçar?
Deveras existir um Super Bonder para tudo colar?

O homem não é objeto,
Não é decreto e muito menos concreto
É sim um ser sutil
Um ser vibrante
Um ser errante!

E assim prossegues na vida
Juntando cacos
Remendando buracos
Até que um dia
Perceba-se ele
Que está em pé novamente
E que está respirando contente

Porque é nesse dia
Que ele realmente entende
O quanto a vida deve ser poesia!
Eis que não há verdade alguma na dor
Pois a verdade é simplesmente
O amor!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Bosque sombrio

À pálida luz negra daquele bosque sombrio, estava eu
Tão só, tão friamente despida de maiores emoções
Ainda que algumas lembranças lhe cruzassem rapidamente
Sua mente flutuante já não era capaz de apegar-se a nenhuma delas
O mistério lhe rondava
E os corvos também
Estava enganada, não estava tão só como a pouco imaginara
Estava rodeada pela vida que habitava e emanava daquele bosque
E que mesmo sombrio, ainda assim estava mais vivo do que nunca
Pulsante, vibrante... mesmo que em 50 tons de cinza
Mas ainda assim estava vivo!
E eu também estava
Ainda que aparentasse a sombra de um fantasma
Ainda que por fora estivesse sem cor
Mas sabia que em algum lugar
Deveras existir um pote de tinta!
Que lhe trouxesse suas cores novamente
E quem sabe também pudesse pintar o vale a sua volta,
Resgatando novamente suas cores, seus aromas, sua luz
Mas por enquanto apreciemos todos os tons de cinza
Que circundeiam o vale sombrio de nossas vidas e de nossas almas.




publicado em 31 de dezembro de 2012

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

No azul infinito

Que bela manhã invade-me o ser
Que azul profundo repousa ante meus olhos
Quão esplêndido é o amanhecer dentro de um ser!

De uma luz que fulgura inebriante
Agora jaz-me em uma visão estonteante
E ainda que alguns no desprezo permaneça
Ainda assim, logo o sol gentilmente os aqueça

Porque o julgar não pertence ao homem
Mas o amar e o contemplar
Ah, isso sim com certeza pertence!

Que a luz de um novo dia
Possa sempre conduzir o homem
À luz de sua própria Sophia

Então, não chore
Apenas sorria
Pois tal é a luz inebriante
Desse novo dia!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Cavaleiro alado

E nos teus braços voei
E naquele momento me entreguei
Sentíamos a brisa em nossas faces
E você me conduzia
Naquela deliciosa sensação de voar

Voa cavaleiro
Voa acima das nuvens
Porque inenarrável
é o prazer de contigo voar

Oh! Cavaleiro alado
Que de noite vieste me visitar
E me deslumbrar
Com esse seu corpo selvagem
Rumo ao alto cavalgar!

Venha cavaleiro alado
Venha mais uma noite me visitar
Para que eu possa
Mais uma vez sentir
A tão doce ventura
De contigo voar!