terça-feira, 26 de junho de 2012

“Vestida de luz”

E assim caminhava pra ele.
Nua completamente despida,
Não apenas de verbos materiais,
Mas de toda e qualquer coisa
Que estivesse fora de seu espírito.

Era livre, era amor, era luz.
Tal era a visão que ele tinha dela.
Sobre a copa das árvores
Deslizava rumo ao horizonte,
Ao encontro de seu doce amado
Testemunhas? Apenas a relva,
O luar, e os pássaros perdidos,
A caminho de casa.

Foi, então, que ao longe
Ela avistou uma pequena luz,
Aos poucos tão esplendorosa ficou
Que já não se podia olhar mais pra ela.
Tão forte intensa e profunda
Consumia sua alma,
Seu coração, seu ser.

E tal qual surgem os sóis,
Os planetas e as estrelas,
Assim surgiu naquele
Instante o amor.
Tal foi a sua intensidade
Que aquela explosão,
Foi avistada até
Os confins do universo.

Eis o nascimento da nossa estrela,
Que agora era uma só.
Não havia mais eu e você,
Havia apenas nós.
Um não fazia sentido
Sem o outro, éramos um,
Pra sempre.

Juntos até os mares do sem fim,
Para onde, talvez, houvesse um lugar
Só nosso, a espera de nossa chegada.
Lugar este,
Lindo, belo e encantado,
Que cabia na medida exata
Do nosso amor.

Enfim,
Um lugar especial...
Enfim,
De volta pra casa
Enfim,
De volta ao nosso lar-doce-lar.

Amor selvagem


(Publicado no concurso de poesia no ano de 2000)

Lanço-me em teus braços,
Sou a semente que em ti brota e desabrocha,
Nesse teu ser, voluptoso, magnânimo supremo...
Em teu ninar jaz uma criança a sonhar.
Das profundezas de mil anos em batalhas fecundadas
No seio desse mundo virgem,
Nada mais há do que um simples sonhar.
E com esse brilho jovial e fulgás acalenta meu ser.
Essa força mesuradamente condicional ao instinto
Que mastigamos com dentes caninos e ferozes,
Capazes de deteriorar e maquivelar
As labutas intempestivas.
E no meio dessas maquivelanças
Ainda uma rés de consciência,
Que no calor do sonho que sonho em teus braços,
Ainda assim sou acalentada por seu vivo amor,
Que me aquece a alma e juntos,
Assistimos o filme que faz do nosso amor,
A nossa vida! .

"Luz da noite"

30 de março de 1996

Ao vão da noite
És minha companheira
Minha eterna e admirável companheira
Luz das minhas noites sombrias
Sol das minhas noites de frio
É ti, minha idolatrada
E amada lua
Que me faz sentir rei dos reis
Príncipe dos príncipes
Ao toque de seus admiráveis raios
Sinto teu calor
Em minhas (ondas)
Águas frias
Por séculos vou te esperar
Ao vão não ficarás
Ficarás em meu coração
Guardada nas profundezas
De meus sentimentos.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

"Corações costurados"

"Que coração é este meu Deus,
tão rasgado transpassado de dor?
O que deveras ter feito
na imensidão de outrora,
para pagar-lhe com a vida nesta vida?
que já tão descabida de amor
queima de pavor por arder
em tão escaldante cálice de amor?
Onde havera de existir
o tão sonhado oásis do elixir?
Eis a incessante jornada
da alma e do amor,
que a tantos mundos percorre
sem que sequer há alguém
que a socorre
Ó tão duro existir,
não é fácil sorrir
enquanto a alma chora
Remédio não há,
há apenas corações rasgados,
mas que com jeitinho
podem ser costurados
Para enfim voltar a bater,
por enquanto,
no peito dos enamorados.

"Pranto e luar"

Levanta a lua na abóbada celeste
Calam-se os gemidos de pranto e de dor
Pois a sua luz a todos conduz
que como um bálsamo
toca nossa nave de luz
Ó céus
que permitis tão bem-aventurança
Ó raios
que nos toca o íntimo
Que pra si distância não há,
pois a todos revela seu esplendor
Figura imponente
de beleza e de luz
Não havera de ter
alguém ao luar que não
admire tão doce beleza
de céu e de mar
Balance ao vento
as madeixas da moça
Levando o aroma
de brisa do mar,
ou de luar?
Que deite os olhos
Ó homem do ar,
que venha ligeiro
depressa me amar"

Joiss Cannis - 01 de junho de 2012